Não sabendo a data certa da formação deste grupo, mas tendo idade superior ao número de anos dos membros actuais do grupo, podemos referir que encontrou especial alento na Jornada Mundial da Juventude em Santiago de Compostela, 1989, pelo desafio proposto por João Paulo II, para sermos testemunhas de Cristo no mundo, “concretamente junto dos outros jovens”.
A partir de então, este grupo tem como principais actividades a catequese das crianças e dos adolescentes, não descorando a sua formação cristã (salientando aqui a reunião semanal de reflexão e oração), a animação litúrgica e a participação também na comunidade paroquial desde a participaçao nos momentos festivos,a preparação dos momentos litúrgicos, de maior significado como o Natal, e Páscoa a acções socio-caritativas.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Sé de Lamego: Barroco Duriense sob o signo de Nicolau Nasoni




Em 2008 completam-se 270 anos das pinturas decorativas das abóbadas da Sé de Lamego. Para assinalar o aniversário, o Museu da cidade e a Diocese organizam um ciclo de eventos destinados a dar maior visibilidade à obra do renomeado artista Nicolau Nasoni no seu percurso duriense, em especial na cidade de Lamego, e o seu impacto nas artes decorativas locais, promovendo a região sob a perspectiva de uma realidade histórica, artística, social, económica e mental particularmente rica na área – o barroco.
No dia 27 de Setembro, a assinalar a abertura do evento, foi inaugurada na Sé de Lamego a exposição “O Barroco Duriense sob o Signo de Nicolau Nasoni”, mostra que contextualiza historicamente as pinturas decorativas da catedral e avalia o significado iconográfico e estético das mesmas, com o objectivo de o divulgar a um público mais vasto.
Reconhecido no nosso país como arquitecto do período Barroco, Nicolau Nasoni (1691-1773) era principalmente um pintor decorativo utilizador da pintura mural ilusionista italiana de Setecentos. Actualmente a sua obra pictórica em Portugal circunscreve-se quase na totalidade às pinturas da Sé do Porto e Lamego, destacando-se as da catedral lamecense como uma das obras mais exclusivas em extensão e exuberância, dentro da pintura decorativa portuguesa do período barroco.
Durante Outubro será realizado um ciclo de cinema de época e um «workshop» referente à exposição da Sé; estas actividades, a realizar no Teatro Ribeiro Conceição, Lamego, são destinadas ao público juvenil.


Programa
21 de Novembro
- 1.º dia do Colóquio “O Barroco Duriense sob o Signo de Nicolau Nasoni” (Peso da Régua)
- Ciclo de Concertos de Música Barroca (Vila Real e região)
- Jantar Barroco (Museu de Lamego)
22 de Novembro
- 2.º dia do Colóquio “O Barroco Duriense sob o Signo de Nicolau Nasoni”
- «Workshop» “O Século XVIII” (Teatro Ribeiro Conceição, Lamego)
8 de Dezembro
- Sessão de encerramento (Museu da Sé)
- Concerto de Música Barroca (Sé de Lamego)

FONTE: Agência Ecclesia. Apud Voz de Lamego

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

A nossa voz...




O texto de esta semana tem uma mensagem muito especial… mais que uma mensagem, é um testemunho… testemunho de três elementos, dos mais recentes, do nosso Grupo de Jovens, Diana, Francisco e Isabel.

O que é que eles têm para nos dizer?


“Deus nos fez, Deus nos juntou!

Bem, poderia ser esta a explicação para aquilo que nós sentimos no GJS, Grupo de Jovens da Sé. Tudo começou na nossa preparação para o Crisma, de 5 de Maio até, ao tão esperado, dia 11 do mesmo mês. Nessa semana estivemos muito atarefados visto que era necessário aprender muito bem as canções e o significado do Crisma que estávamos prestes a receber. Quem dirigiu os ensaios foi uma jovem simpática, de seu nome Margarida, com quem o grupo se identificou, originando um bom ambiente entre os jovens. Faziam parte do grupo mais dois elementos: o Carlos, que tinha a seu cargo a parte instrumental, a guitarra clássica, e a Patrícia que ajudava a Margarida nos cânticos. A meio da semana, o Torres substitui a Margarida. Ele explicou-nos o quão importante era fazermos o Crisma e, posteriormente, fez-nos uma proposta: fazer parte do grupo coral e, simultaneamente, integrar o Grupo de Jovens da Sé. Dado que todos os crismantes aceitaram entusiasticamente a proposta, o Torres esperou até à reunião seguinte para se certificar de que isso era verdade. Nem todos foram, mas nós marcamos presença nos ensaios.

Após o Crisma, realizaram-se as Jornadas em Cujó, Castro Daires, onde participámos, nós, os novos elementos do GJS. Em Agosto, chegaram as tão aguardadas férias em Mira, e, de malas feitas, lá fomos nós. Fizemos várias coisas como ir à praia, rezar, andar de ginga, andar de gaivota e jogar às cartas. Estas férias em grupo foram as melhores que já tivemos.

E, por último, o que mais adoramos neste grupo é a amizade que existe. “




A bola já foi lançada, eles apanharam-na e deram testemunho. Eles voltam a lançá-la, será que também a podes apanhar?

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Eu, Francisco




De certeza que já ouvistes falar de mim. Eu não fiz grandes coisas e a minha vida decorreu numa grande simplicidade. Daí que ache estranha a minha popularidade. Sei, contudo, que muitos se identificaram comigo, com os meus ideais e com o meu estilo de vida. Quero-vos contar a minha história. A ver se vos agrada…

Nasci em 1182, em Assis, uma cidade linda, encostada a um monte e rodeada pela natureza e pela vida. O meu pai, Pedro Bernardone, era um comerciante de tecidos muito rico. Minha mãe chamava-se Pica e era francesa. As minhas farras eram famosas em Assis. Mas, realmente, a única coisa que me emocionava e me fazia parar era a contemplação da natureza que rodeava Assis. Em 1202, como todos os jovens, fui convocado para a guerra, onde caí prisioneiro durante 11 meses. Voltei a casa mais morto que vivo. A prisão e a doença fizeram-me pensar e algo começou a roer-me por dentro. Contudo, quando me senti bem, voltei à vida de sempre.

Num certo dia, estava eu ao balcão da loja do meu pai, aproximou-se um pobre mendigo pedindo “uma esmola por amor de Deus”. Na altura mandei-o embora com maus modos. Mas imediatamente algo começou a mexer-me no coração. Chamei de novo o mendigo e dei-lhe o que pedia, prometendo a mim mesmo que não negaria nada que me pedissem “por amor de Deus”.

Alistei-me nas tropas de Gentile, mas eu próprio estava a viver uma luta interior. Os meus desejos de guerra, de triunfo e de dinheiro, as vozes dos meus amigos, que me consideravam um tipo fixe…chocavam com uma insatisfação que sentia no meu interior. Tinha 23 anos e via o tempo a fugir-me, pensando sempre em desejos que nunca via cumpridos. Não queria esperar mais. Assim, vim embora da guerra, regressei a Assis. Imaginem agora o sermão que ouvi, os comentários que faziam; enfrentar o meu pai, os meus amigos, a minha gente…e enfrentar-me a mim próprio. Eu estava numa grande confusão. Comecei então a frequentar lugares mais solitários. Detinha-me a contemplar os insectos do caminho, as cascas das árvores, a água correndo… Os meus amigos, para me fazerem voltar “ao bom caminho” organizaram uma festa em que fui proclamado “rei da juventude”. Mas eu continuava inquieto.

A luz veio-me dos pobres… Fora da cidade havia vários leprosos, e eu sentia um grande nojo daquelas carnes apodrecidas. Um dia, enquanto caminhava pelos campos, ouvi a campainha de um deles. Decidi-me e fui ao seu encontro, peguei nos seus pulsos com as minhas mãos, olhei-o fixamente e beijei-o. Nesse momento dei-me conta que podia mudar, ser diferente…

Perto de Assis havia uma igreja em ruínas, a igreja de São Damião. Comecei a ir lá depois do trabalho. Ali foram amadurecendo as minhas decisões. Rezava diante de um crucifixo, pedindo ao Senhor que me indicasse o caminho. E senti que aquele Cristo crucificado me falava: “Francisco, conserta a minha Igreja que, como vês, ameaça ruína.” Saí a correr. Aproveitando a ausência do meu pai, vendi os melhores panos para arranjar a igreja de São Damião. Podem imaginar a irritação do meu pai. Tive de me esconder numa gruta durante um mês. Mas saí transformado. Aproximei-me de Assis e confundiram-me como um louco. Ao darem-se conta que era eu, todos ficavam confusos. O meu pai foi ter comigo e foi um grande escândalo. Mandou-me voltar para casa. Disse-lhe que era livre e que só devia obediência ao meu Pai do Céu. Então exigiu-me que devolvesse tudo o que lhe devia. Respondi-lhe que, daqui para a frente, não queria dever nada a ninguém nem ter compromissos que estorvassem a minha liberdade. Ali mesmo tirei as minhas roupas, devolvi-as a meu pai e fiquei nu no meio da praça. Assim, o meu pai repudiou-me e deserdou-me. Saí de casa, sem dinheiro algum, e uni-me à "Irmã Pobreza", quando passei a viver a verdadeira vida apostólica e a pregar o ideal religioso para os fiéis pobres da sociedade medieval.

Naturalmente toda a gente se ria de mim. Mas ao fim de uns anos, alguns dos meus companheiros de farra quiseram-me seguir. Juntávamo-nos e líamos o Evangelho. As palavras de Jesus impressionavam-nos. Éramos já oito companheiros. Clara (que também teve de sair de casa) e outras raparigas quiseram fazer o mesmo e foram para São Damião. Vivíamos na mais absoluta simplicidade, distribuindo o dia entre o trabalho e a oração. Comíamos do que nos davam. Começamos a dar conta do que nos distinguia: a pobreza radical, o desprendimento de tudo, o não depender das coisas para ser felizes. Mas não pensem que foi tudo um mar de rosas.

Em 1210, o Papa Inocêncio III autorizou-me e aos meus onze companheiros a sermos pregadores itinerantes, levando Cristo ao povo com simplicidade e humildade. Deu-se, assim, o início da Ordem dos Frades Menores, que tinha como sede a Capela Porciúncula de Santa Maria dos Anjos, perto de Assis.

Ainda era jovem, mas a vida ia-se acabando. Em 1224 o meu fim estava próximo. Pedi para me retirar para o monte Alverne, com os meus companheiros, como no princípio. Ali senti Jesus Cristo tão perto que me abracei a Ele. Ficaram impressas na minha carne os sinais dos pregos e a chaga do costado. Em 1226, senti-me a morrer e pedi que me levassem para a Porciúncula. No caminho, parámos na leprosaria onde a minha vida tinha começado a mudar. Nos primeiros dias de Outubro pedi que me pusessem nu sobre a terra nua. Queria morrer em total pobreza. A 3 de Outubro, com 45 anos, dei as boas-vindas à “irmã morte”.

Dou graças ao Pai do Céus porque, através da minha pobre pessoa, recorda constantemente aos cristãos de todos os tempos que o caminho da felicidade está na simplicidade do Evangelho de Jesus Cristo. A minha terra considera-me o seu filho mais ilustre: sou o “pobrezinho de Assis”, Francisco de Assis.

Tal como diz Gika Simão, em Vida e obra de Francisco de Assis, “É bom lembrar que há inúmeras biografias impressas sobre este santo, e todas devem ser respeitadas, mas pelo facto de divergirem muitas vezes entre si, coloquei aqui o que achei mais convincente.” Apesar de existirem biografias que divergem entre si, em todas elas está presente uma pessoa, um jovem como nós, um jovem que era muito rico e que se desprendeu de tudo em favor do próximo. Um amante nato da natureza. Um fiel seguidor da palavra de Jesus.

E nós?

E eu?

Até que ponto sou como Francisco de Assis?

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