O nosso grupo…
O texto de hoje vai incidir sobre o tema abordado na reflexão feita nas férias em Mira: O que distingue o nosso grupo, sendo cristão, de todos os outros?
De onde vim? Quem sou? Para onde vou? Estas são algumas das questões que, frequentemente, colocamos a nós próprios; as respostas a elas diferem se considerarmos um cristão e um ateu, por exemplo. Uma outra questão pode ser colocada: qual a definição de felicidade? Viver apenas com/para aqueles que nos são próximos, ou então procurar os outros, o que se torna mais difícil. Viver o dia de hoje sem ter qualquer plano para o futuro, ou vivê-lo tendo em conta um projecto, um projecto de vida, para o amanhã. Será que as pessoas de outras religiões são tão felizes como nós, e que apenas percorremos caminhos diferentes para atingir o mesmo fim? Mas afinal, até que ponto no nosso quotidiano se nota que somos cristãos? As orações, a nossa postura na Eucaristia, os nossos cânticos…Serão apenas este tipo de sinais que nos distinguem dos outros grupos?
Duas leituras da Bíblia ajudam-nos a tirar algumas conclusões, a primeira do Evangelho segundo S. João: “O Meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos.”; a segunda dos Actos dos Apóstolos: Eram assíduos, ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão e às orações. Perante os inumeráveis prodígios e milagres realizados pelos Apóstolos, o temor dominava todos os espíritos. Todos os crentes viviam unidos e possuíam tudo em comum. Vendiam terras e outros bens e distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada um. Como se tivessem uma só alma, frequentavam diariamente o templo. Partiam o pão em suas casas e tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo.
A resposta começa a tornar-se clara: o Amor… Um Amor simples, um Amor em que o outro vale mais do que o eu. Somos amor porque somos fruto dele; Deus criou-nos, gerou vida, por isso, cada um de nós é um pedacinho desse Amor. Deus enviou o Seu Filho para nos mostrar o amor levado ao extremo, amar ao ponto de morrer por nós, pelos nossos erros.
O nosso objectivo, como crentes, é alcançar uma felicidade diferente, mas duradoura. O mais importante não é o facto de as pessoas nos distinguirem como cristãos, mas sim, em primeiro lugar, que nos sintamos como tal, e façamos das nossas acções exemplo vivo para os outros.
Dos doze apóstolos passamos a ser uns milhões de cristãos, através do que nos foi transmitido, quer por palavras quer pelo modo de estar, pelo modo de viver. A melhor maneira de dar a conhecer o Evangelho é dar testemunho. Dar a conhecer Cristo não é convencer os outros, pois muitos podem não acreditar porque nunca tiveram a oportunidade de O conhecer, e, por isso, é nossa função dá-Lo a conhecer. Para isso precisamos de transformar a nossa maneira de estar, que implica alguns sacrifícios, dificuldades.
No nosso dia-a-dia pensemos: Cristo faria assim?
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